Jorge Chade Rezeck – CRM – SP 140.333

Álcool e saúde: a importância da moderação no consumo

No início deste ano, o Centro Canadense de Uso e Dependência de Substâncias do Canadá, divulgou relatório onde descreve vários riscos à saúde associados ao consumo de álcool. O que chamou a atenção é que os níveis de consumo, que em publicação anterior, em 2011 eram considerados normais, agora foram bastante reduzidos.

Segundo o órgão, algo em torno de 700 ml de cerveja, com 5% de álcool ou uma taça de vinho de 142ml com 12% de álcool, por semana, já trazem risco maior às pessoas, incluindo maior possibilidade de incidência de câncer de mama e de cólon.

A mudança nos números, mais restritivos, se dá devido a melhores pesquisas ao longo do tempo, de acordo com os especialistas canadenses. Ainda que esses números coloquem o Canadá fora de sintonia com várias outras nações ocidentais. Austrália e França, por exemplo, recomendam limites bem maiores que os números canadenses.

Enquanto isso, no Brasil, não há consenso determinado por uma entidade médica nacional. O país segue a recomendação da OMS que também não confirma um padrão de consumo que seja absolutamente seguro. De qualquer forma, o mais próximo de um nível de consumo pela OMS seria em torno de 10g de álcool por dia, isso daria pouco menos de 350ml de cerveja.

Isso mostra como os números canadenses podem parecer, de certa maneira, exagerados. Pela diretriz canadense, a quantidade de uma dose para mulher e duas doses para homem como limite também é considerada uma quantidade baixa, mas por semana, e não por dia, como indica a OMS.

A redução dos limites de consumo de álcool no Canadá reflete a crescente preocupação dos especialistas de saúde com os riscos à saúde associados ao uso de álcool. Além do câncer de mama e cólon, o álcool também é associado a uma série de outros problemas de saúde, incluindo doenças do fígado, pancreatite, depressão, ansiedade e problemas de sono.

Embora a mudança nas diretrizes canadenses possa parecer restritiva para alguns, é importante lembrar que a moderação no consumo de álcool é fundamental para uma vida saudável e longa. Muitas vezes, as pessoas podem subestimar a quantidade de álcool que estão consumindo, o que pode levar a um aumento do risco de problemas de saúde.

Enquanto o Brasil ainda não possui uma diretriz nacional específica para o consumo de álcool, é importante que as pessoas estejam cientes dos riscos associados ao uso excessivo de álcool e busquem manter um consumo moderado. Isso inclui evitar o uso de álcool como uma forma de lidar com o estresse ou emoções negativas, limitar o consumo de bebidas alcoólicas em ocasiões sociais e monitorar de perto a quantidade de álcool consumida.

Portanto, embora as diretrizes de consumo de álcool possam variar de país para país, é importante lembrar que o consumo excessivo de álcool pode ter um impacto significativo na saúde e no bem-estar. Ao manter um consumo moderado e consciente, as pessoas podem desfrutar dos benefícios sociais e de saúde do álcool sem comprometer sua saúde a longo prazo.

Dr. Jorge Rezeck
Médico no Hospital São Jorge e Clínica Unique; Pós-graduado em Terapia Intensiva pelo Hospital Albert Einstein (2014); Pós-graduado em Neurointensivismo pelo Hospital Sírio Libanês (2015); Pós-graduado em Medicina do Envelhecimento Saudável pelo Instituto BWS (2016); Pós-graduado em Endocrinologia e Metabologia pelo Instituto IBCMED (2018); Pós-graduado Lato Sensu em Nutrologia Esportiva pelo Instituto VerboMed (2022); Membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (RQE n°76599); Membro da Sociedade Brasileira de Diabetes; Professor do curso de Nutrição da Faculdade Barretos; Professor da pós-graduação médica em Medicina Antiaging no ISBRAE (Instituto Brasileiro de Ensino).

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