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Demência frontotemporal: o caso Bruce Willis

Bruce Willis é um ator estadunidense de 67 anos, conhecido por seus papéis em grandes filmes como “Duro de Matar”, “Armageddon” e “O Sexto Sentido”. Ele também atuou em séries de televisão e teatro. Willis é famoso por seu talento como ator e por seu estilo de atuação carismático e durão.

Há aproximadamente um ano, a família do ator divulgou que ele foi diagnosticado com afasia. A afasia é um primeiro sinal frequente da demência frontotemporal e pode ter várias causas, como um AVC ou uma infecção cerebral.

Em novo diagnóstico anunciado pela família de Bruce Willis no último mês de fevereiro, foi confirmado que ele está com a demência frontotemporal – FTD, na sigla em inglês de Frontotemporal Dementia. Esta é uma condição neurológica progressiva que afeta as áreas do cérebro responsáveis pela personalidade, comportamento e linguagem. Ela é causada pela degeneração de células cerebrais nessas regiões e é mais comum em pessoas com idade entre 45 e 65 anos.

Os sintomas iniciais dessa doença podem incluir mudanças na personalidade, comportamento e linguagem, como perda de interesse em atividades sociais, apatia, falta de inibição, alterações no humor, comportamento impulsivo e dificuldades na fala e escrita. À medida que a doença progride, podem ocorrer dificuldades com a execução de tarefas simples, desorientação e perda de memória.

A FTD é um tipo de demência frequentemente confundida com outras condições, como Alzheimer e demência vascular, devido aos sintomas semelhantes. No entanto, as alterações no cérebro associadas à doença frontotemporal são diferentes das observadas nessas outras condições.

Existem dois tipos principais de doença frontotemporal: a degeneração lobar frontotemporal (DLFT) e a afasia progressiva primária (APP). A DLFT afeta principalmente o lobo frontal e temporal do cérebro, resultando em mudanças comportamentais e de personalidade. Já a APP afeta principalmente uma área da região do cérebro localizada no lobo frontal esquerdo, próxima à lateralidade da face. É uma área importante para a produção da fala e para a compreensão da linguagem.

Embora a causa exata da doença frontotemporal não seja conhecida, os cientistas acreditam que a genética pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da doença em alguns casos. Um estudo publicado no ano passado na Nature Communications afirmou que, em cerca de 15% dos casos, a FTD é relacionada a uma mutação específica em um gene. Além disso, lesões cerebrais, infecções e inflamações também podem estar associadas ao desenvolvimento da doença.

Atualmente, não existe cura para a doença frontotemporal e o tratamento se concentra em aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Isso pode incluir terapia ocupacional, fisioterapia, terapia da fala e medicamentos para gerenciar os sintomas.

É importante que as pessoas estejam cientes dos sintomas da doença e busquem ajuda médica se notarem mudanças significativas em seu comportamento ou linguagem.

Dr. Jorge Rezeck
Médico no Hospital São Jorge e Clínica Unique; Pós-graduado em Terapia Intensiva pelo Hospital Albert Einstein (2014); Pós-graduado em Neurointensivismo pelo Hospital Sírio Libanês (2015); Pós-graduado em Medicina do Envelhecimento Saudável pelo Instituto BWS (2016); Pós-graduado em Endocrinologia e Metabologia pelo Instituto IBCMED (2018); Pós-graduado Lato Sensu em Nutrologia Esportiva pelo Instituto VerboMed (2022); Membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (RQE n°76599); Membro da Sociedade Brasileira de Diabetes; Professor do curso de Nutrição da Faculdade Barretos; Professor da pós-graduação médica em Medicina Antiaging no ISBRAE (Instituto Brasileiro de Ensino).

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