Jorge Chade Rezeck – CRM – SP 140.333

Perda auditiva: qual a relação desse sintoma com infecção por Covid?

A infecção por Covid trouxe inúmeras sequelas para a população afetada, entre elas muitos pacientes têm se queixado de perda auditiva.
Embora a medicina tenha avançado muito desde o início da pandemia, pouco se sabe sobre todos os efeitos colaterais da Covid-19 e muitas sequelas novas ainda estão surgindo, desafiando os pesquisadores a entenderem de fato como esse vírus se comporta.

De acordo com um estudo publicado no American Journal Otolaryngology, 20 pacientes com covid que não apresentavam qualquer sintoma de perda auditiva antes da infecção, tiveram uma piora considerável nessa função após a doença.

O Biomedical Research Centre (BRC) de Manchester apresentou um relatório que aponta 24 estudos onde a relação entre a covid-19 e problemas de audição está presente em 7,6% dos pacientes pesquisados, outros 14,8% tiveram zumbido e 7,2% sintomas relacionados à vertigem.

Mas outros fatores podem estar relacionados à perda auditiva, além da infecção em si. Um deles é a medicação utilizada no tratamento da doença, que pode causar problemas na audição ou piorar um quadro já existente.

A hidróxicloroquina sozinha ou combinado com o metronidazol são substâncias apontadas como ototóxicas, ou seja, que afetam os ouvidos.

Diversos estudos mostraram que essa combinação de medicamentos pode causar alterações como perda auditiva, síndrome vestibular periférica e zumbido.

Sobre a relação direta da perda auditiva com o vírus causador da Covid, algumas pesquisas apontam que o sintoma pode ocorrer em diferentes graus e tipos, acometendo um ou os dois ouvidos.

Outro dado interessante é que o coronavírus pode afetar o sistema auditivo nervoso central, que impactará diretamente na qualidade de compreensão da fala.

É provável que alguns sintomas que surjam na fase aguda da doença possam sumir sem a necessidade de um tratamento específico. Mas é recomendado que, em caso de percepção do sintoma de perda auditiva, que pode ser percebida semanas após a contaminação, o paciente procure o seu médico e relate o fato.

Dr. Jorge Rezeck
Médico no Hospital São Jorge e Clínica Unique.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

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